terça-feira, 1 de maio de 2012

Georges Bataille : Literature And Evil

                       

A geração que pertenço é tumultuosa.
Ela despertou para vida literária nos tumultos do surrealismo. Houve, nos anos que se seguiram à Primeira Guerra, um sentimento que transbordava. A literatura sufocava sem limites. Parecia que ela continha em si uma revolução. (...)
Estes estudos correspondem ao esforço que empreguei para destacar o sentido da literatura... A literatura é o essencial ou não é nada. O Mal – uma forma penetrante do Mal – de que ela é a expressão, tem para nós, creio eu, o valor soberano. Mas esta concepção não impõe a ausência de moral, exige uma “Hipermoral”


- Mas, se ser um escritor é ser culpado de alguma coisa, então para Kafka ou Baudelaire ser um escritor também é ser alguém que não é lá muito responsável. Essa era a opinião de suas famílias. Esta culpabilidade para eles é algo infantil. E você pensa que Kafka e Baudelaire sentiam-se culpados de ser infantis quando escreviam?

- Creio que isso fica muito claro, eles mesmos o dizem: eles sentiam que estavam na mesma situação de uma criança diante de seus pais. Uma criança que desobedece aos pais e que, consequentemente, tem a consciência pesada, porque pensa nos pais que tanto ama e que sempre lhe dizem o que não fazer, dizem que aquilo é mal, no sentido mais forte da palavra.





Existem dois tipos opostos de mal. O primeiro está relacionado com o sucesso das atividades humanas, ou seja, na conquista dos resultados esperados. E o outro tipo consiste na deliberada violação de alguns tabus como, por exemplo, o tabu contra o assassinato ou sexualidade.


(Georges Bataille)




Geoges Bataille (1897 – 1962): Escritor francês, cuja obra se enquadra tanto no domínio da Literatura como no campo da Antropologia, Filosofia, Sociologia e História da arte. O erotismo, a transgressão e o sagrado são temas abordados em seus escritos. 


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