Esta mostra, composta por
vários textos e imagens, homenageia o Nobel de Literatura José Saramago e
uma das suas grandes obras, Levantados do Chão, editada em 1980.
Publicado
em 1980 Levantado do Chão,
considerado pela crítica como um dos romances fundamentais de José Saramago, é
fruto da convivência de alguns meses com os trabalhadores da União Cooperativa
de Produção Boa Esperança, quando o escritor se mudou para o Lavre e Montemor-O-Novo.
Viajando, ao longo da obra, como narrador, o autor acompanha a vida de dor e
sofrimento de três gerações: Domingos Mau-Tempo, o seu filho João e os netos
António e Gracinda, casada com António Espada. Eles representam o povo do
Alentejo. Um povo que luta contra as forças opressoras (os latifundiários, as
forças da ordem e a Igreja). É uma luta obstinada e de muitos sacrifícios, num
ambiente de miséria rural. É uma fotografia do movimento anti-fascista no
Alentejo.
Levantados do Chão percorre
uma zona do Alentejo caracterizada pelo latifúndio, desde o final do século XIX
até ao período pós-25 de abril. Sobre este livro, disse Saramago:
“Um escritor é um homem como os outros: sonha.
E o meu sonho foi o de poder dizer deste livro, quando terminasse: ‘Isto é um
livro sobre o Alentejo.’ Um livro, um simples romance, gentes, conflitos,
alguns amores, muitos sacrifícios e grandes fomes, as vitórias e os desastres,
a aprendizagem da transformação, e mortes. É portanto um livro que quis
aproximar-se da vida, e essa seria a sua mais merecida explicação.”
«O que mais há na terra é paisagem», diz José Saramago a
abrir Levantado do Chão.
Paisagem, gentes e os caminhos que as pessoas, sejam reais sejam literárias,
construíram para tornar mais humanas as suas vidas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário