No dia 23 de abril deste
ano, Pixinguinha, um dos maiores compositores da música brasileira, completaria
115 anos de idade. Em comemoração à data, o Instituto Moreira Salles e a
Imprensa Oficial do Estado de São Paulo lançou o livro Pixinguinha -
Inéditas e redescobertas, com 20 partituras. Organizada por Bia Paes Leme,
coordenadora do acervo de música do Instituto Moreira Salles, Pedro Aragão,
bandolinista e regente, e Paulo Aragão, violonista e arranjador, a publicação
reúne 20 partituras, dentre elas nove inéditas e outras 11 há muito tempo
inacessíveis ao grande público.
A série de partituras
inéditas reflete períodos históricos e influências diversas da carreira musical
de Pixinguinha (1897-1973), e pode ser dividida em diferentes conjuntos,
segundo Pedro Aragão em seu texto de introdução ao livro. O primeiro,
representado por composições que remetem à linguagem do choro do século XIX,
foi produzido durante a juventude de Pixinguinha. No segundo conjunto, poderiam
ser agrupadas músicas nas quais se nota a influência da efervescência cultural
do Rio de Janeiro nas duas primeiras décadas do século XX, quando a então
capital da República atraía populações de todas as partes do país e do mundo,
reunindo influências musicais tão díspares como as da música nordestina e
norte-americana. Um terceiro conjunto apresenta Pixinguinha em plena maturidade
como compositor. São choros e valsas que facilmente poderiam ser enquadrados na
categoria de clássicos por sua genial invenção melódica e coesão entre as
partes.
Na categoria das
redescobertas, foram encontradas joias musicais ignoradas até hoje que revelam
facetas pouco conhecidas do compositor. Trata-se de uma seleção de músicas
cujas edições, em sua maioria das décadas de 1940 e 1960, encontravam-se
esgotadas há muito tempo. Muitas das edições também traziam erros frequentes de
melodia e harmonia. A seleção traz choros, valsas, tangos e outros gêneros,
cuidadosamente revisados e harmonizados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário